07/01/2015

Somos todos Charlie

 
 Minha homenagem a Woliski, 80 anos,
o decano dos cartunistas franceses.
A matança no Charlie Hebdô  mostra claramente que a guerra contra o dhjihdismo tem que ser sem tréguas e sem contemplação. As democracias -inclusive o Brasil-  precisam dispor de um arsenal legal e policial capaz de fazer frente a um tipo de terrorismo que já mostrou, desde 2011, que não têm limites. É como se aqui tivessem assassinado de um só tempo Chico Caruso, Miguel Paiva, Ziraldo e o falecido Henfil.

 Vivi bons anos em Paris e costumo dizer que depois do Rio é a cidade que melhor conheço (pau a pau com Lisboa onde morei quatro anos). Charlie Hebdo, junto com Le Monde, Libé –meu primeiro emprego como jornalista--  e o Nouvel Obs eram as publicações que lia diária ou semanalmente. Nos anos 70 havia terrorismo em Paris, lembro-me do famoso venezuelano Carlos (Vladimir Ramirez) matando dois agentes da DST  depois de ter colocado uma bomba no metrô, mas um massacre de uma redação inteira como a do hebdomadário satírico --contemporâneo do nosso Pasquim--  é um patamar novo da barbárie.

 O djihadismo da Al Qaeda e do ISIS --ideologicamente são parecidos, tem rivalidades meramente políticas--  é totalmente irreconciliável com qualquer visão civilizada: genocídio de comunidades inteiras como a dos “yasdis” no Iraque, escravização de mulheres, doutrinamento e utilização militar de crianças, total desprezo e ódio por qualquer expressão que não seja seu salafismo tosco do primeiro milênio o que talvez nem seja tão exato assim pois o islã no seu auge, na época de Avaroes, era moderno e iluminado.

 O significado dessas forças políticas do mundo islâmico é de algo correlato com o nazi-fascismo. Um mal absoluto contra o qual se justifica plenamente o uso da força. No que pesa a enorme contribuição que os EUA deram para a sua expansão com a absurda e idiota invasão do Iraque, em 2003, por George W Bush, a atual ação norte-americana contra o Estado Islâmico do ISIS no Iraque e na Síria se justifica da mesma forma que a ação da França no Mali. O fenômeno djihadista no Oriente Médio, Africa e sul da Ásia deve ser combatido implacavelmente mas nunca se deve perder de vista que a questões política, econômica,  social e cultural são tão importantes quanto a dimensão militar e policial.

 Como os nazistas os djihadistas são ridículos e devem ser ridicularizados. Há que se criar um, dois, dez Charlie Hebdô, todos devemos ser Carlies Hebdô. Os fanáticos serão vencidos e afogados num mar de gargalhadas.

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